Marina Rodrigues lança o seu olhar sobre a cidade a partir da frase dita por Lina Bo Bardi: "Em uma cidade entulhada e ofendida, pode, de repente, surgir uma lasca de luz, um sopro de vento." Permite uma nova visão do horizonte cinza urbano dado sua força, permanência e concretude, da mesma forma em que transmite uma leveza e suavidade através de peças escultóricas com chapas de ferro envelhecidas e o acrílico.
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Marina Rodrigues
Nasceu em Piracicaba interior de São Paulo em 1988, atualmente vive e produz na capital.
Marina Rodrigues se encontrou na interseção de duas linguagens, transitando entre a joalheria e às artes, como quem apreende a sutileza de um trabalho de design e o amplia em uma nova visada sensível e estrutural ao mesmo gesto que traduz em telas, esculturas e site.
Sua pesquisa aprofunda uma geometria que propõe um diálogo com o entorno: Marina tangencia o espaço urbano, investiga sua estética cinza, seus tons densos, sem abrir mão de um desdobramento geométrico que nos devolve a eventual austeridade da cidade em uma ressignificação dessa beleza. Seu caminho passa dessa geometria sensível a uma geometria crítica: a cidade e sua política, a diluição individual, a convocação ao coletivo. A cidade que suas obras tragam, nos traduzem alguma delicadeza ainda possível.
O desdobramento de sua poética geométrica mantém sua integridade artística em diferentes suportes: a identidade de sua Tape Art, a topologia de suas esculturas, assim como as propostas de suas telas e o alcance de seus murais têm nessa obstinação (e nesse sentido, também se aproxima de seus referenciais, Amilcar de Castro e Franz Weissmann) a linha que os une: um trabalho que caminha com a fluidez consistente, de quem não se omite à experimentação, mas não se exime de seus princípios estéticos.
Por Flavio Morgado, curador.