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Luiz Philippe
Sem título (dito Cadeira de pernas cruzadas), 2004
88 x 47 x 45 cm (Variáveis) Madeira e palha natural
Múltiplo
Luiz Philippe
Ilhas Cagarras, 2015
Série Malas de Azulejo
50 x 65 x 20 cmAzulejos impressos, couro e ferragens
Edição de 7 exemplares
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Luiz Philippe
“Eu sou pintor, eu prego meus quadros”, disse Kurt Schwitters aos dadaístas de Berlim, apresentando-lhes suas assemblages. Luiz Philippe Carneiro de Mendonça também prega seus quadros. Colecionador de achados curiosos, emprega as peças recolhidas nas assemblages e objetos que nos apresenta. Acaso e criatividade se aliam. Luiz Philippe garimpa com o olhar. Um de seus primeiros trabalhos surgiu de uma velha pá enferrujada, encontrada casualmente na antiga mina inglesa de Cata Branca, em Minas Gerais. Depois, vieram as malas de pedra, nas quais ele transporta o olhar fascinado do espectador. E nos relaxa, ao cruzar as pernas de uma cadeira. Muito jovem, conviveu e trabalhou com Frans Krajcberg na região de Itabirito, o que lhe valeu o gosto e o conhecimento dos minérios, terras e pigmentos presentes em sua obra.
É reconhecível, ao mesmo tempo, a experiência do artista no mundo do design. O trompe-l’oeil barroco informa o prazer lúdico das assemblages. Humor de um lado e nonsense de outro atravessam o perímetro das obras para aguçar-lhes o núcleo de atração. Uma dimensão outra que a do visível e do cotidiano é o que o surrealismo persegue: Luiz Philippe a alcança, ao transitar, através de refinada manufatura, do estranhamento que a operação semiótica produz, inquietante e serena, contundente mas silenciosa, para o encantamento do objeto em si.
“Eu sou pintor, eu prego meus quadros”, disse Kurt Schwitters aos dadaístas de Berlim, apresentando-lhes suas assemblages. Luiz Philippe Carneiro de Mendonça também prega seus quadros. Colecionador de achados curiosos, emprega as peças recolhidas nas assemblages e objetos que nos apresenta. Acaso e criatividade se aliam. Luiz Philippe garimpa com o olhar. Um de seus primeiros trabalhos surgiu de uma velha pá enferrujada, encontrada casualmente na antiga mina inglesa de Cata Branca, em Minas Gerais. Depois, vieram as malas de pedra, nas quais ele transporta o olhar fascinado do espectador. E nos relaxa, ao cruzar as pernas de uma cadeira. Muito jovem, conviveu e trabalhou com Frans Krajcberg na região de Itabirito, o que lhe valeu o gosto e o conhecimento dos minérios, terras e pigmentos presentes em sua obra.
É reconhecível, ao mesmo tempo, a experiência do artista no mundo do design. O trompe-l’oeil barroco informa o prazer lúdico das assemblages. Humor de um lado e nonsense de outro atravessam o perímetro das obras para aguçar-lhes o núcleo de atração. Uma dimensão outra que a do visível e do cotidiano é o que o surrealismo persegue: Luiz Philippe a alcança, ao transitar, através de refinada manufatura, do estranhamento que a operação semiótica produz, inquietante e serena, contundente mas silenciosa, para o encantamento do objeto em si. Aquele sentimento indizível, que a obra de arte, exaurida, estaria buscando recuperar na crispação de performances e instalações, está próximo, e é pelo humor que o espectador começa a sintonizá-lo. O artista não se sujeita à classificação simplista de pertencer ou não a determinado código, porque palmilha vertentes variadas com uma liberdade e uma inventiva que lhe permitem escapar a ciladas e prisões de linguagem e morfologia. Alternam-se o ameno e o amargo, sem dilemas doridos. Prevalece a sensação de um bem curtido diálogo do criador com os materiais que amealha e o conjunto das obras irradia o frescor da forma genuína.
Texto de Angelo Oswaldo.
* Angelo Oswaldo é escritor e curador. Foi secretário da Cultura de Minas Gerais, presidente do IPHAN e prefeito de Ouro Preto. É o atual presidente do IBRAM.
SOBRE O ARTISTA
LUIZ PHILIPPE Carneiro de Mendonça nasceu em 23 de junho de 1957 em Minas Gerais, filho de uma família muito ligada às artes e aos artistas. Seus avós e seus pais eram colecionadores de arte antiga e moderna. Passou a infância morando numa usina de ferro pertencente à família. Durante os anos 60, seu pai, então diretor do Museu de Arte Moderna de Belo Horizonte (Museu da Pampulha), propicia os primeiros contatos com o mundo das artes. Nesse período conheceu o atelier de Guignard em Ouro Preto e conviveu intensamente com Frans Krajcberg, com quem manteve contato ao longo de toda vida. Graduou-se em Desenho Industrial em 1978 pela Escola Superior de Artes Plásticas da Fundação Universidade Mineira de Arte. Entre 77 e 81 foi sócio num estúdio de design, onde realizou diversos trabalhos gráficos. Paralelo à profissão de designer, e desde sempre, exerceu atividades na área das artes plásticas, seja desenho, pintura, escultura e fotografia. Em 1982 casa-se com Candida Andrade, com quem tem dois filhos, e seguem para Paris. Lá ele trabalha num importante estúdio de design, tendo participado de vários projetos nas áreas de produto, embalagem e gráfica, além de aprimorar a técnica em ilustração. Em 1984 estabelece-se com a família no Rio de Janeiro.
A partir de 88, até 2007, passa a morar e trabalhar num casarão do século XIX no Cosme Velho, que pertenceu ao avô historiador, cuja atmosfera vem influenciar diretamente o seu trabalho. Atualmente tem seu atelier em São Cristóvão, no Rio de Janeiro.
Em sua carreira como artista plástico, algumas exposições individuais merecem destaque, como a do MNBA, quando apresentou pela primeira vez as suas “Malas de Pedra”; e a da Casa França-Brasil. No exterior expôs na The Economist Art Gallery, de Londres, onde pode comemorar a venda de um de seus trabalhos para o ex-beatle George Harrison. E em Roma, na Galeria Candido Portinari, da Embaixada do Brasil, uma mostra com enorme visitação. Nas exposições coletivas, são destaques a do MuBE SP Exposição “Loucos por Design” e a do MAM RJ “Novas Aquisições 2006-2007 – Coleção Gilberto Chateaubriand”, quando mostrou a sua “cadeira de pernas cruzadas”.
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