Impulso • Marina Rodrigues

Desvio, Série Casa-Vão - Marina Rodrigues - Particular Gallery - Arte, Design & Edições Limitadas
Desvio • Marina Rodrigues
27 de março de 2023
Ponto de encontro, Série encaixes - Marina Rodrigues - Particular Gallery - Arte, Design & Edições Limitadas
Ponto de Encontro • Marina Rodrigues
27 de março de 2023
 

Série encaixes

Impulso, Série Encaixes, 2022, Ferro e concreto, 40cm x 30cm x 3cm

Há algo de polido em toda austeridade entregue na paisagem urbana. Ainda que São Paulo se exceda na sua gama de arranha-ceus, há uma estranha simetria que os une. E não a toa, por algumas pesquisas foi essa paixão por essa harmonia inexata que moveu Marina. Seus trabalhos anteriores carregam esse gesto, essa premissa de organização. Algo diferente nessa nova série. Algo até irônico em seu título: Encaixes. Uma vez que o que logo nos salta aos olhos, é que para além da conquista da terceira dimensão, Marina dessa vez nos dá edifícios de arestas, espécies de prédios-lamina, chapas que se "encaixam" e se desafiam. Elementos que compõe uma ordem em germinação, em que mais do que a definição sobre o objeto, persiste uma certa suspensão sobre seu juízo. Como se a completude se desse entre o que promete e o que já edifica. Uma lâmina, de dois gumes.

Por Flavio Morgado, curador.

"Marina dessa vez nos dá edifícios de arestas, espécies de prédios-lamina, chapas que se "encaixam" e se desafiam."


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Marina Rodrigues

Nasceu em Piracicaba interior de São Paulo em 1988, atualmente vive e produz na capital.

Marina Rodrigues se encontrou na interseção de duas linguagens, transitando entre a joalheria e às artes, como quem apreende a sutileza de um trabalho de design e o amplia em uma nova visada sensível e estrutural ao mesmo gesto que traduz em telas, esculturas e site.

Sua pesquisa aprofunda uma geometria que propõe um diálogo com o entorno: Marina tangencia o espaço urbano, investiga sua estética cinza, seus tons densos, sem abrir mão de um desdobramento geométrico que nos devolve a eventual austeridade da cidade em uma ressignificação dessa beleza. Seu caminho passa dessa geometria sensível a uma geometria crítica: a cidade e sua política, a diluição individual, a convocação ao coletivo. A cidade que suas obras tragam, nos traduzem alguma delicadeza ainda possível.

O desdobramento de sua poética geométrica mantém sua integridade artística em diferentes suportes: a identidade de sua Tape Art, a topologia de suas esculturas, assim como as propostas de suas telas e o alcance de seus murais têm nessa obstinação (e nesse sentido, também se aproxima de seus referenciais, Amilcar de Castro e Franz Weissmann) a linha que os une: um trabalho que caminha com a fluidez consistente, de quem não se omite à experimentação, mas não se exime de seus princípios estéticos.

Por Flavio Morgado, curador.